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TOXICOLOGIA

    Aconitum sp. é uma planta altamente tóxica, devido às concentrações de determinados compostos presentes nas raízes e flores, nomeadamente, os alcalóides diterpénicos, tais como a aconitina, mesaconitina, hipaconitina,  benzoilmesaconina, jesaconitina, benzoilhipaconina, 14-oanisoilaconina e benzoilaconina. [6]

    A dose letal para adultos é de cerca de 5 mg. Alguns compostos são particularmente tóxicos, como por exemplo a aconitina, que provoca sintomas muito graves a nível cardíaco e com doses a partir de 2 mg. Se o paciente for capaz de sobreviver a esta dose, os sintomas geralmente desaparecem dentro de 24 horas. [5]

    Esta toxicidade parece estar relacionada com os seus efeitos a nível dos canais de sódio.

   Existem diversos métodos físicos e químicos que permitem a dextoxificação dos alcalóides tóxicos do Aconitum, onde estes são transformados em outros derivados, resultando assim na decomposição de alcalóides diterpénicos diesterificados (DDA) em alcalóides diterpénicos monoesterficiados (MDA), que são menos tóxicos. [6]

MECANISMO DE TOXICIDADE

MECANISMOS DE TOXICIDADE

 Os alcalóides das várias espécies do acónito atuam nos canais de sódio dependentes de voltagem presentes na membrana celular do miocárdio, nervos e músculos [8]. A aconitina e a mesaconitina ligam-se com grande afinidade à conformação aberta dos canais de sódio e causam a sua ativação permanente, tornando-se refratários à excitação [9].
SINTOMAS

Ao diminuir a libertação de acetilcolina provoca o bloqueio da transmissão neuromuscular [9]. 

Os alcalóides, ao prolongar o influxo do ião sódio durante o potencial de ação, provocam a diminuição da força cardíaca [10].

Devido ao agonismo colinérgico dos alcalóides do acónito, há uma ativação do núcleo ventromedial do hipotálamo, causando hipotensão e bradicardia [10]. 

 

Aberto

Fechado

(inativado)

Fechado

(em repouso)

Fechado

(inativado)

Na+

Na+

Na+

Na+

Na+

Inibição dos canais de sódio dependentes de voltagem

Repolarização

Despolarização

Esquema 3 - Mecanismo de toxicidade dos alcalóides do acónito.

SINTOMAS

 

   Os sintomas de toxicidade são principalmente a nível do sistema nervoso central, coração e sinais gastrointestinais [5] [10].

NEUROLÓGICOS

Paralisia nervos motores

Discurso arrastado

Parestesia

Convulsões

Fraqueza

CARDIOVASCULARES

GASTROINTESTINAIS

Hipotensão

Dores no peito

Bradicardia

Palpitações

Arritmias ventriculares

Diarreia

Vómitos

Salivação excessiva

Náuseas

Dor abdominal

tratamento

TRATAMENTO

   Atualmente, não existe um antídoto para o acónito. Contudo, um tratamento imediato e eficaz em casos de overdose, intoxicação aguda, ou intoxicação resultante de uma utilização incorrecta do acónito, é a solução. Nas primeiras 24 horas, o indivíduo em questão pode manifestar um leque alargado de sintomas, sendo que a condição de saúde do mesmo pode agravar-se muito rapidamente. Posto isto é necessária a monitorização regular dos sinais vitais do paciente. Deve existir um suporte cardio-respiratório; reposição de fluidos e controlo da temperatura do corpo [4],[5].

   Uma vez que todas as partes da planta contêm aconitina, em pacientes que ingerem uma quantidade significativa de acónito, é essencial a utilização de métodos que reduzam a absorção gástrica, como por exemplo, a lavagem gástrica e a utilização de carvão ativado. Se existir uma contaminação a nível da pele, esta deve ser descontaminada. É contra-indicado a administração de potássio [4],[5].

AMIODARONA

 

Utilizada como tratamento de 1ª linha.

Via de administração: Intravenosa.

[3]

LIDOCAÍNA

 

Utilizada para tratar os principais sintomas: taquicardia, rubor na face e irritação devido ao ritmo etópico.

Via de administração: Intravenosa.

[4]

ATROPINA

Corrige a bradicardia e o bloqueio de condução causado por uma hiperatividade do sistema nervoso autónomo.

Via de administração: Intravenosa.[4]

Na intoxicação crónica:

RADIX GLYCYRRHIZAE, RADIX GINSENG, RADIX OPHIOPOGONIS E FRUCTUS SCHISANDRAE

[4]

 

 

FÓRMULAS A

BASE DE PLANTAS

.

Apresentam na sua composição: 

Flos Lonicerae (Jinyinhua), Radix Glycyrrhizae (Gancao) e Semen Phaseoli (Ludou) [4].

XUDUAN

 

Raiz  de Dipsacus asperoides.

Presente em vários sumos frescos, é utilizada devido aos efeitos desintoxicantes. 

Via de administração: Oral.

[4]

FLECAINIDA

Utilizada como tratamento de 1ª linha nos casos em que o indivíduo apresenta arritmias ventriculares. 

Via de administração: Intravenosa.

[4]

[4] Singhuber, J., Zhu, M., Prinz, S., Kopp, B. (2009) Aconitum in Traditional Chinese Medicine—A valuable drug or an unpredictable risk?. Journal of Ethnopharmacology 126: 18-30.

[5] http://www.inchem.org/documents/pims/plant/aconitum.htm  - consultado a 08/05/2016.

[9] Moritz, F., Compagnon, P., Kaliszczak, I.G., Kaliszczak, Y., Caliskan, V., Girault, C. (2005) Severe acute poisoning with homemade Aconitum napellus capsules: toxicokinetic and clinical data. Clin Toxicol (Phila) 43(7):873-6.

[10]- Chan, T.Y. (2009) Aconite poisoning. Clin Toxicol (Phila) 47(4):279-85.

[6] Nyirimigabo, E., Xu, Y., Li, Y., Wang, Y., Agyemang, K., Zhang, Y. (2015) A review on phytochemistry, pharmacology and toxicology studies of Aconitum. J Pharm Pharmacol. 67: 1-19

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